Imagine que você esteja andando de bicicleta com os amigos, até que sofre uma queda e começa sentir uma dor bastante forte, sendo incapaz de levantar. Isso pode ser uma luxação do quadril.
Essa é uma lesão grave que normalmente acontece em acidentes e em atletas de esportes radicais.
Neste artigo, exploraremos em detalhes o que é esta luxação, como identificá-la, quais atletas são mais vulneráveis e as melhores práticas de tratamento para garantir uma recuperação completa. Boa leitura!
O que é a luxação do quadril?
Essa é uma condição ortopédica grave que ocorre quando a cabeça do fêmur se desloca da cavidade do acetábulo na pelve. Essa situação resulta em uma interrupção total da congruência articular entre esses dois ossos.
Existem dois tipos principais de luxação do quadril: a luxação traumática e a luxação congênita. A luxação traumática é geralmente causada por um impacto de alta energia, como em acidentes de carro ou em esportes de contato.
Já, a luxação congênita, também conhecida como displasia do desenvolvimento do quadril, é uma condição presente no nascimento, onde a articulação do quadril é malformada.
Luxações traumáticas são menos comuns do que outras lesões articulares, mas podem causar danos significativos aos tecidos moles ao redor da articulação, incluindo ligamentos, músculos e nervos.
A gravidade da lesão depende da força do impacto e da direção do deslocamento, sendo a luxação posterior a mais comum, representando cerca de 90% dos casos.
Quais são os sintomas?
A luxação do quadril apresenta sintomas bastante evidentes devido à natureza traumática da lesão e à importância da articulação para a mobilidade, sendo os principais deles:
- dor intensa;
- incapacidade de movimentar a perna;
- deformidade visível;
- inchaço e hematomas;
- parestesia e fraqueza;
- sensação de estalido ou deslocamento;
- dificuldade em suportar peso.
Dor intensa
A dor na região do quadril é geralmente severa e imediata após a lesão. A dor pode irradiar para a perna, glúteos e lombar, tornando qualquer movimento extremamente desconfortável.
Incapacidade de movimentar a perna
A pessoa afetada geralmente não consegue mover a perna do lado lesionado. Tentar movê-la pode agravar a dor e causar mais danos aos tecidos.
Deformidade visível
Em muitos casos, a perna do lado afetado pode parecer mais curta ou posicionada em uma angulação anormal. A rotação interna ou externa da perna é comum, dependendo da direção da luxação.
Inchaço e hematomas
A área ao redor do quadril pode apresentar inchaço significativo e hematomas devido ao trauma e ao dano aos tecidos moles.
Parestesia e fraqueza
A lesão pode causar dano aos nervos ao redor da articulação do quadril, resultando em sensação de formigamento, dormência ou fraqueza na perna afetada.
Sensação de estalido ou deslocamento
Algumas pessoas podem relatar ter sentido ou ouvido um estalido no momento da lesão, indicando que a articulação foi deslocada.
Dificuldade em suportar peso
Devido à dor e à instabilidade da articulação, é impossível ou extremamente doloroso tentar ficar de pé ou andar com a perna lesionada.
Quais atletas são propensos a ter luxação do quadril?
Embora relativamente rara, pode ocorrer em atletas que praticam esportes de alto impacto ou que envolvem movimentos bruscos e mudanças rápidas de direção.
Os seguintes tipos de atletas estão entre os mais propensos a sofrer essa lesão:
Jogadores de futebol americano e rugby
Esses esportes de contato envolvem colisões frequentes e de alta intensidade, aumentando o risco de luxação do quadril. Impactos diretos e quedas violentas são comuns, o que pode levar ao deslocamento da articulação.
Praticantes de artes marciais e MMA
Atletas que participam de esportes de combate, como judô, karatê e MMA, estão em risco devido a quedas, golpes e técnicas de imobilização que podem forçar a articulação do quadril além dos seus limites normais.
Jogadores de futebol
Embora menos comum, pode ocorrer em jogadores de futebol devido a entradas duras, colisões e quedas. Movimentos rápidos e mudanças de direção também podem contribuir para essa lesão.
Ciclistas e motociclistas
Acidentes de bicicleta e moto podem resultar em traumas significativos para a articulação do quadril, especialmente em quedas de alta velocidade ou colisões.
Esquiadores e paraquedistas
Devido ao trauma direto e queda frequentes pode ocorrer a instabilidade articular com o deslocamento do quadril.
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Quais os tratamentos?
O tratamento deve ser realizado de maneira urgente e segue uma abordagem estruturada para garantir a recuperação completa e minimizar o risco de complicações. Dentre os principais tipos estão:
- redução imediata da luxação;
- imobilização e descanso;
- reabilitação e fisioterapia;
- medicação para controle da dor;
- cirurgia.
Redução imediata da luxação
Redução fechada
Na maioria dos casos, a luxação é tratada inicialmente com uma redução fechada, onde o médico manipula a articulação de volta à sua posição correta sem necessidade de cirurgia.
Este procedimento é geralmente realizado sob anestesia geral ou sedação profunda para aliviar a dor e relaxar os músculos.
Redução aberta
Se a redução fechada não for bem-sucedida ou houver complicações como fraturas associadas, uma redução aberta pode ser necessária.
Este procedimento cirúrgico envolve uma incisão para permitir o acesso direto à articulação e reposicionamento manual dos ossos.
Imobilização e repouso
Após a redução, a articulação do quadril pode ser imobilizada temporariamente com o uso de aparelhos ortopédicos para permitir a cicatrização dos tecidos moles. O repouso é essencial nas primeiras semanas para evitar novas lesões.
Reabilitação e fisioterapia
A reabilitação é uma parte crucial do tratamento pós-redução. Um fisioterapeuta desenvolverá um programa de exercícios específicos para fortalecer os músculos ao redor do quadril, melhorar a mobilidade articular e restaurar a função normal.
O tempo de recuperação pode variar de várias semanas a meses, dependendo da gravidade da lesão e da resposta do paciente ao tratamento.
Medicação para controle da dor
Analgésicos e anti-inflamatórios são frequentemente prescritos para controlar a dor e reduzir a inflamação durante o período de recuperação. Em alguns casos, medicamentos mais fortes, como opióides, podem ser necessários por um curto período.
Cirurgia
Em casos graves, podem ocorrer complicações como necrose avascular da cabeça do fêmur, lesões nervosas ou artrite pós-traumática, podendo exigir tratamentos adicionais, como cirurgia para reparar ou substituir a articulação do quadril (artroplastia).
Conclusão
Conforme podemos ver, luxação do quadril é uma lesão grave, especialmente prevalente entre atletas que participam de esportes de alto impacto e contato físico intenso.
Os sintomas normalmente incluem dor intensa, incapacidade de movimentar a perna, deformidade visível, inchaço, hematomas e, em alguns casos, danos nervosos.
No entanto, com um diagnóstico e tratamento rápidos, muitos atletas conseguem retornar às suas atividades esportivas com sucesso. Porém, é essencial seguir as orientações médicas e de reabilitação para garantir uma recuperação completa e evitar futuras lesões.
Ainda resta dúvidas sobre a luxação do quadril? Entre em contato conosco. Teremos um imenso prazer em avaliar o seu caso e propor o melhor tratamento possível!